segunda-feira, 2 de março de 2015

Libertas!






















Lá se vão 5 anos desde que fiz o projeto LIBERTAS! Parece que foi ontem...

A ideia era criar uma história em quadrinhos de super-heróis com um grupo formado de personagens das HQs  brasileiras. Pedi autorização da galera que criou os personagens e o grupo ficou com A Velta e o Homem de Preto, do Emir Ribeiro,  O gralha que era da equipe criadora do personagem, a Redentora do Marcos Franco e o Serpente que era um personagem meu. 

Tudo começou com um desenho que colori como estudo de cor em 2007. Era um desenho do Tony Brandão, que tinha a Velta, o Capitão 7 e o Raio Negro. Ele fez o desenho, que era apenas um estudo em cima de uma arte do Ed Bennes (do Batman, mulher maravilha e Super Homem) e eu colori e alimentei a ideia de ir a luta para fazer uma HQ com aqueles personagens. Surgia ali a HQ que chamei de "Trindade Nacional".

Entrei em contato com o Emir Ribeiro e ele foi muito companheiro e topou sem problemas a utilização da Velta. Para o Capitão 7 eu entrei em contato telefônico com um cara chamado Danyael Lopes, que fazia uma HQ 3D do Capitão 7. Ele estava muito decepcionado na época, porque, de acordo com ele, a HQ 3D do personagem tinha conseguido uma boa repercussão, mas a família detentora do direito autoral do personagem começou a exigir valores mais altos e travou o projeto dele. Como eu não conhecia ninguém da família do criador do C7, vi que seria complicado trabalhar com aquele herói. 

O Raio Negro eu tinha o telefone do seu criador, o Gedeone (não me perguntem como eu consiguia o contato dessa galera, eu mesmo não lembro), mas ele estava muito doente, e fiquei com medo de incomodá-lo.

Acabou que minha Trindade ficou só com a Velta. Vejam a notícia sobre a Trindade Nacional no site Bigorna (saudoso!):


e a imagem que moveu tudo:




















Sem o Capitão 7 e o Raio Negro eu tive que montar um novo grupo. Pensei em algo maior, com 5 personagens, ao invés de 3. Chamei a HQ de "Projeto B" provisoriamente.  Falei com o Emir para poder utilizar o Homem de Preto, que era o meu personagem favorito do universo dele, além de ser um personagem mais obscuro e misterioso; entrei em contato com o Tako X para pedir permissão em relação ao Gralha!, que é um personagem extremamente interessante e divertido e caía como uma luva para um grupo mais coeso; e falei com o Marcos Franco para utilizar a redentora, que era uma personagem envolvida com magia. Decidi lançar meu personagem também, que era um personagem mais revoltado, com uma veia de anti-herói.

Chamei o desenhista Ricardo Santos para as primeira edição e o desenhista Golden Ration para a segunda. O Golden deu uma sumida, depois me ligou dizendo que tava tendo infartos, ataques cardiácos, algo assim. Ele trabalhava como Motorista de ônibus, e teve que parar o trabalho. Eu tinha pagado algumas páginas adiantado, então fiz um acordo com ele, que quando ele melhorasse ele fizesse alguns trabalhos pra mim. Ele fez, depois mostro, mas já não era no Libertas mais.   Vejam o lápis dele em 2 páginas para o Libertas.

 

       

















O Colorista seria um cara que me deu um calote. Sim, eu paguei adiantado, e tomei calote do colorista e tive esse incidente do Golden Ratio.. Essas coisas minaram um pouco o projeto.

No fim, as duas Edições ficaram a primeira com a arte do grande amigo Ricardo Santos, e as cores do grande Geraldo Filho. A segunda o desenho foi do Jocivaldo, que tem um trabalho muito legal com mangás, e as cores minhas. 

As geniais capas foram do Hugo Araújo da primeira edição e da segunda foi do José Carlos. E o lançamento ficou pelo site NHQ (do Gon), que era um site muito bacana de quadrinhos independentes publicados na internet.

Chamei dois amigos para concluir a minissérie que era planejada para ter 4 edições, o Miguel Rude e o Renan Laviola, eles prontamente me ajudaram e fizeram um roteiro para os 2 últimos números, aparando as minhas falhas e dando mais profundidade a história, mas não conseguíamos concluir, pois fiquei sem dinheiro para pagar novos desenhos, e o projeto estacionou, ficando com apenas duas edições lançadas. 


Hoje, cinco anos depois, diversos livros lidos, diversas Hqs lidas, 4 livros escritos, 1 livro publicado, uma editora criada, n filmes visto, faculdade de arte cursando, diversos estudos de arte e etc.. Eu sou outra pessoa. certamente eu mudaria muito essa HQ, ela seria mais robusta, com certeza; mas não posso negar que me traz um bom sentimento nostálgico ver suas páginas.. Lembra de uma época não tão distante que eu era capaz de sonhar mais.

Tenho planos com um amigo de refazer o projeto Libertas.. quem sabe..

Para quem não conhece a HQ, ela está disponível para download aqui:




Gabriel Billy



4 comentários:

  1. Um projeto incrível assim precisa ser retomado! E precisamos urgentemente desenvolver o mercado, "profissionalizar os profissionais", haver registros e tal, para que possam ser minimizados esses problemas por que infelizmente muitos passam, como calotes e atrasos (perdoando, claro, os casos realmente sérios, como problemas de saúde).

    E são lamentáveis os entraves que colocam em cima do Capitão 7. Ele é o nosso "super-homem"! Tem tudo para ser o nosso super-herói mais popular novamente, alavancando o mercado de gibis nacionais. Simplesmente lamentáveis.

    Mas sucesso com os projetos, com as empreitadas. Se já fizeram algo tão bom 5 anos atrás, com todas essas dificuldades, hoje e no futuro as coisas tendem a melhorar!

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  2. Olá, Fábio!! Obrigado!!
    É sempre bom ler palavras de incentivos como a sua! Eu pretendo retomar esse projeto.. Espero que dê tudo certo dessa vez!

    Eu gostaria de ter o contato da família que detêm o direito do Capitão 7. Seria legal!! Ele é um personagem importante dentro do nosso universo de Comics...

    Vamos torcer, amigo! e obrigado pela força!!

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  3. Gostaria se fosse possível ver a continuação do libertas, uma história genial.
    Em Curitiba o Gralha está tomando força novamente, Libertas é uma HQ totalmente excelente.

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  4. Caríssimo Fábio, o link da revista não funciona mais.
    Na verdade, eu também escrevo histórias, já pensei em publicar como livro, HQ, e agora volto ao projeto como livro, mesmo. Infelizmente, devido a certas particularidades do universo ficcional que estou elaborando, fica difícil haver crossovers com outros personagens, senão seria realmente interessante vê-los (ou, pelo menos o principal deles) em parceria com outros super-heróis brasileiros. Um abraço, e prossiga nesta luta pela valorização do quadrinho nacional.

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